segunda-feira, 19 de março de 2012

A shooting star


Quando era pequenina ensinaram-me a pedir um desejo sempre que visse uma estrela cadente passar. No entanto, perguntava-me a mim mesma, tão inocentemente, se teria tempo para pedir o “grande desejo”, até que um dia a minha curiosidade chegou ao limite e decidi perguntar ao meu pai se tal coisa seria possível e ele respondeu-me pacientemente: “Oh meu amor, se um dia conseguires observar uma estrela cadente, provavelmente não terás tempo para pedir um desejo, mas não é isso que importa. O que realmente interessa neste tão espantoso e raro fenómeno é teres a oportunidade de poderes gravar uma memória destas. E quanto ao desejo, nunca terás tempo para o pedir enquanto presencias este facto, por isso pede o desejo que te surgir de imediato nos teus pensamentos”.
Foi então que aos meus 15 anos, numa noite de verão tive esta grande oportunidade, e percebi que nada melhor poderia ter acontecido naquela noite, pois o meu coração deparava-se com um enorme distúrbio de sentimentos. Desejei algo que não era o que realmente pretendia, pois mais tarde acabei por tomar a decisão oposta. No entanto, a vida foi correndo e o futuro foi-me mostrando que a decisão que tivera tomado, tinha sido seriamente desacertada, até porque o destino levou-me a um caminho completamente contrário e mostrou-me que o desejo que eu tomara naquela noite estava prestes a suceder. E assim foi, consegui concretizar o começo da minha grande ambição, no entanto a vida acabou por me atropelar sem eu dar por ela, os erros foram cometidos, as desilusões foram surgindo e a mágoa tornou-se uma companhia diária. E sabes porquê? Porque fui eu que permiti tal coisa acontecer, fui eu que permiti que interrompessem a concretização do meu desejo. E sabes que mais? Jamais desistirei de nós, jamais! Porque desistir de nós, é desistir de mim e do meu tão precioso e eterno desejo.

1 comentário:

  1. No geral a sociedade fez-nos habituar, a nós, pessoas a nunca desistir daquilo que queremos ter perto, daqueles sonhos que queremos realizar no futuro, aquela única pessoa que nos faz sentir nem que seja por um minuto, únicos. A verdade é que quando acordamos para a realidade percebemos que nem sempre temos de lutar, podemos e devemos desistir quando não temos aquilo que queremos. Devemos dar valor ao que temos connosco e não aquilo que gostariamos de ter, o maior erro é tentar criar e ter connosco uma pessoa á nossa imagem, exactamente como queremos que ela seja, aí, essa pessoa será perfeita para nós. De que nos adianta? Nada!

    A nossa melhor conselheira, não são os nossos amigos, somos nós mesmos! A nossa consciência, o nosso coração, é a ele que devemos ouvir.

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